Corrigir as deficiências geradas no organismo é muito importante no tratamento das doenças auto-imunes. É o que fazemos ao tratar as tiroidites com suplementos de hormona tiroideia ou a diabetes tipo 1 com insulina. Nas doenças auto-imunes do sangue podem ser necessárias transfusões.
É igualmente importante reduzir a inflamação. Algumas doenças auto-imunes ligeiras podem ser tratadas com anti-inflamatórios não esteróides (AINE) para alívio de sintomas. Alguns AINE mais recentes, os coxibes (celecoxibe, etoricoxibe) inibem um enzima do organismo que provoca dor e inchaço e podem ser úteis em doenças mais graves.
Muitas vezes há que controlar a resposta imunológica excessiva. Os fármacos mais frequentemente usados são os corticosteróides. Algumas doenças podem ser tratadas com imunossupressores, fármacos que atuam sobre o sistema imune. Estes fármacos devem ser utilizados com precaução porque podem ter efeitos secundários, incluindo maior susceptibilidade a infecções, hipertensão arterial, cataratas, alterações do sono e osteoporose. Pode ser difícil controlar a doença e preservar a capacidade do organismo para resistir à doença.
As imunoglobulinas endovenosas (IVIG) são utilizadas no tratamento de várias doenças auto-imunes para reduzir a circulação de imunocomplexos, que são proteínas produzidas nestas doenças e que podem lesar alguns órgãos vitais como o rim ou o cérebro.
Alguns fármacos, chamados modificadores da doença, são utilizados em primeira linha na Artrite Reumatóide porque alteram a evolução da doença, além de aliviarem os sintomas, sendo o mais utilizado o metotrexato. Há uma nova classe de fármacos, chamados biológicos, que são baseados em componentes extraídos de células vivas e têm como alvo as células do sistema imunitário envolvidas nas doenças autoimunes. Os medicamentos biológicos são produzidos por biotecnologia em laboratórios especializados e têm demonstrado efeitos muito benéficos em alguns doentes com algumas destas doenças.
TOLERÂNCIA
INTRODUÇÃO
Tolerância
se refere à não reatividade imunológica
específica a um antígeno resultando de uma exposição
prévia ao mesmo antígeno. Enquanto a forma mais
importante de tolerância é não reatividade a
antígenos próprios, é possível induzir
tolerância a antígenos não próprios.
Quando um antígeno induz tolerância é chamado
tolerógeno.
TOLERÂNCIA
A ANTÍGENOS PRÓPRIOS
Nós
normalmente não montamos uma resposta imune forte contra
nossos antígenos próprios, um fenômeno chamado
auto-tolerância. Quando o sistema imune reconhece um antígeno
próprio e monta uma resposta forte contra ele, desenvolve-se
uma doença autoimune. Entretanto, o sistema imune tem que
reconhecer um MHC próprio para montar uma resposta contra um
antígeno estranho. Assim, o sistema imune é
constantemente desafiado para discriminar o próprio versus não
próprio e mediar a resposta correta.
INDUÇÃO
DA TOLERÂNCIA AO NÃO PRÓPRIO
Tolerância
pode também ser induzida para antígenos não
próprios (estranhos) pela modificação do
antígeno, pela injeção do antígeno
através de rotas específicas tais como via oral, pela
administração do antígeno quando o sistema imune
está em desenvolvimento, etc. Certas bactérias e virus
descobriram maneiras estratégias de induzir tolerância
de modo que o hospedeiro não mata esses micróbios. Ex.
Pacientes com lepra lepromatosa não montam uma resposta imune
contra Mycobacterium leprae.
TOLERÂNCIA
A TECIDOS E CÉLULAS
Tolerância
a antígenos tissulares e celulares pode ser induzida pela
injeção de células hematopoiéticas
(tronco) em animais recém-nascidos ou severamente
imunocomprometidos (por irradiação letal ou tratamento
químico). Também, enxêrto de medula óssea
alogeneica ou do timo no início da vida leva à
tolerância das células e tecidos do tipo das do doador.
Tais animais são conhecidos como quimeras. Essas descobertas
são de significante aplicação prática em
enxêrto de medula óssea.
TOLERÂNCIA
A ANTÍGENOS SOLÚVEIS
Um
estado de tolerância a uma variedade de antígenos
T-dependentes e T-independentes tem sido conseguido em vários
modêlos experimentais. Baseado nessas observações
é claro que uma variedade de fatôres determinam se um
antígeno irá estimular uma resposta imune ou tolerância
(Tabela 1).
Tabela 1
Fatôres que determinam a indução da resposta imune ou tolerância após a estimulação com antígeno
|
fatôres que afetam a resposta a Ag
|
favorece resposta imune
|
favorece tolerância
|
forma física do antígeno
|
moléculas complexas, grandes, agregadas
|
moléculas menos complexas, solúveis, sem agregados, relativamente menores, Ag não processado pelas APC ou processado pela célula sem MHC classe II
|
rota de administração do Ag
|
sub-cutânea ou intramuscular
|
oral ou às vezes intravenosa
|
dose do antígeno
|
dose optima
|
dose muito elevada (ou às vezes muito baixa)
|
idade do animal que responde
|
mais velho e imunologicamente maduro
|
Recém-nascido (camundongo), imunologicamente imaturo
|
estado de diferenciação das células
|
células completamente diferenciadas; células T e B de memória
|
relativamente indiferenciadas: células B com somente IgM (não IgD) células T (ex. células no córtex tímico)
|
ASPECTOS
IMUNOLÓGICOS DA TOLERÂNCIA
Tolerância
é diferente da imunossupressão não específica
e imunodeficiência. É um processo ativo
antígeno-dependente em resposta ao antígeno. Assim como
a resposta imune, a tolerância é específica e
assim como a memória imunológica, ela pode existir em
células T, células B ou em ambas e assim como na
memória imunológica, tolerância ao nível
de célula T é mais duradoura do que a tolerância
ao nível de célula B.
A
indução de tolerância em células T é
mais fácil e requer relativamente quantidades menores do
tolerógeno do que a tolerância em células B. A
manutenção da tolerância imunológica
requer persistência do antígeno. Tolerância pode
ser quebrada naturalmente (como nas doenças autoimunes) ou
artificialmente (como mostrado em animais experimentais, pela
radiação X, certos tratamentos químicos e pela
exposição a antígenos de reação
cruzada).
Tolerância
deve ser induzida dirigida a todos os epitopos ou para apenas alguns
epitopos de um antígeno e tolerância para um antígeno
isolado deve existir ao nível de célula B ou de célula
T ou ao nível de ambas.
MECANISMOS
DA INDUÇÃO DE TOLERÂNCIA
O
mecanismo exato de indução e manutenção
da tolerância não é completamente compreendido.
Datos experimentais, entretanto, apontam para algumas possibilidades.
Deleção
clonal
Linfócitos
T e B durante o desenvolvimento encontram antígenos próprios
e tais células realizam deleção clonal através
de um processo conhecido como apoptose ou morte celular programada.
Por exemplo, células T que se desenvolvem no timo inicialmente
não expressam nem CD4 nem CD8. Tais células
posteriormente adquirem ambos CD4 e CD8 e se chamam células
duplo-positivas e expressam baixos níveis de αβ TCR. Tais
células realizam seleção positiva após
interagirem com moléculas de MHC classe I ou classe II
expressadas no epitélio cortical. Durante este processo,
células com baixa afinidade pelo MHC são selecionadas
positivamente. Células não selecionadas morrem por
apoptose, um processo chamado “morte por desprêzo”. Em
seguida, as células perdem CD4 e CD8. Tais células T
então encontram peptídios próprios apresentados
pelas moléculas de MHC próprias expressadas nas células
dendríticas. Aquelas células T com receptores de alta
afinidade pelo MHC + peptídio próprio fazem deleção
clonal também chamada seleção negativa através
da indução de apoptose. Qualquer distúrbio nesse
processo pode conduzir ao escape de células T auto-reativas
que podem disparar doença autoimune. Da mesma maneira, células
B em início de diferenciação quando elas
encontram antígeno próprio, associado a célula
ou solúvel, entra em deleção. Assim, deleção
clonal tem papel chave em assegurar tolerância para com um
antígeno próprio.
Tolerância periférica:
A deleção clonal não é jogo fácil
e frequentemente células T e B falham em realizar deleção
e porisso essas células podem potencialmente causar doenças
autoimunes se chegarem aos órgãos linfóides
periféricos. Assim, o sistema imune descobriu alguns pontos de
contrôle (check points) adicionais de forma que a tolerância
possa ser mantida.
Morte celular induzida por ativação:
Células T com a ativação não somente
produzem citocinas e carreiam suas funções efetoras mas
também morrem por morte celular programada ou apoptose. Nesse
processo, o feceptor de morte (Fas) e seu ligante (FasL) exercem
papel crucial. Assim, células T normais expressam Fas mas não
FasL. Com a ativação, células T expressam FasL
que se ligam a Fas e disparam apoptose pela ativação da
caspase-8. A importância da Fas e FasL é claramente
demonstrada pela observação de que ratos com mutações
em Fas (mutação lpr) ou FasL (mutação
gld) desenvolvem severa doença linfoproliferativa e
autoimune e morrem em 6 meses, enquanto que ratos normais vivem até
2 anos. Mutações semelhantes nesses genes de apoptose
em humanos leva à doença autoimune chamada síndrome
autoimune limfoproleferativa (ALPS).
Anergia
clonal
Células
T auto-reativas quando expostas a peptídios antigênicos
em células apresentadoras de antígenos (APC) que não
possuem as moléculas co-estimulatórias CD80 (B7-1) ou
CD86 (B7-2) se tornam anérgicas (não-responsivas) ao
antígeno. Também, enquanto a ativação de
células T através de CD28 dispara a produção
de IL-2, ativação de CTLA4 leva à inibição
da produção de IL-2 e anergia. Também, células
B quando expostas a grandes quantidades de antígeno solúvel
regula negativamente sua IgM e se torna anérgica. Essas
células também regulam positivamente as moléculas
Fas na sua superfície. Uma interação dessas
células B com células T carreando ligantes Fas resultam
na sua morte via apoptose.
Ignorância clonal
Células
T reativas a antígenos próprios não
representadas no timo irão maturar e migrar para a periferia,
mas elas certamente não irão encontrar jamais o
antígeno apropriado porque este está sequestrado em
tecidos inacessíveis. Tais células deverão
morrer por falta de estímulos. Células B auto-reativas,
que escapam da deleção, podem não encontrar o
antígeno ou a ajuda da célula T específica e
assim não será ativada e morrerá.
Anticorpo
anti-idiotipo
Existem
anticorpos que são produzidos contra idiotipos específicos
ou outros anticorpos. Anticorpos anti-idiotipos são produzidos
durante o processo de tolerização e tem sido
demonstrado em animais tolerantes. Esses anticorpos parecem impedir o
receptor de célula B de interagir com o antígeno.
Células
T regulatórias (Antigamente chamadas células
supressoras)
Recentemente,
uma população distinta de células T foi
descoberta chamada células T regulatórias. Células
T regulatórias têm “pra todo gôsto”, mas as
melhor caracterizadas incluem aquelas que expressam CD4+ e CD25+.
Devido ao fato de células T CD4 normais ativadas também
expressarem CD25, foi difícil distinguir entre células
T regulatórias e células T ativadas. As pesquisas mais
recentes sugerem que células T regulatórias são
definidas pela expressão da família bifurcada de fator
de transcrição Foxp3. A espressão de Foxp3 é
necessária para o desenvolvimento e função de
células T regulatórias. O/s mecanismo/s preciso/s
pelo/s qual/is as células T regulatórias suprimem
outras funções das células T não é/são
claros. Um dos mecanismos inclui a produção de
citocinas imunosupressivas tais como TGF-β e IL-10. Mutacões
genéticas em Foxp3 em humanos levam ao desenvolvimento de uma
desordem autoimune rapidamente fatal conhecida como desregulação
imune, Poliendocrinopatia, Enteropatia, síndrome autoimune
ligada ao X (IPEX). Esta doença oferece a mais contundente
evidência de que células T regulatórias exercem
papel crítico na prevenção de doenças
autoimunes.
Término
da tolerância
Tolerância
experimentalmente induzida pode ser terminada pela ausência
prolongada da exposição ao tolerógeno, por
tratamentos que danificam severamente o sistema imune (radiação
X) ou pela imunização com antígenos de reação
cruzada. Essas observações são significantes na
conceitualização de doenças autoimunes.
MECANISMOS
EFETORES EM DOENÇAS AUTOIMUNES
Tanto
anticorpos como células T efetoras podem estar envolvidos no
dano em doenças autoimunes.
CLASSIFICAÇÃO
GERAL
Doenças
autoimunes são geralmente classificadas com base no órgão
ou tecido envolvido. Essas doenças podem cair em uma categoria
órgão-específica na qual a resposta imune é
dirigida contra antígeno/s associados com o órgão-alvo
que está sendo danificado ou em uma categoria não
órgão-específica, na qual o anticorpo é
dirigido contra um antígeno não associado com o
órgão-alvo (Tabela 2). O antígeno envolvido na
maioria das doenças autoimunes é evidenciado no nome da
doença (Tabela 2).
PREDISPOSIÇÃO
GENÉTICA À AUTOIMUNIDADE
Estudos
em camundongos e observações em humanos sugerem uma
predisposição genética a doenças
autoimunes. Associação entre certos tipos de HLA e
doenças autoimunes têm sido notadas (HLA: B8, B27, DR2,
DR3, DR4, DR5 etc.).
ETIOLOGIA
DA DOENÇA AUTOIMUNE
A
etiologia exata de doenças autoimunes é ainda
desconhecida. Entretanto, várias teorias têm sido
oferecidas. Estas incluem antígenos sequestrados, escapamento
de clones auto-reativos, perda de células supressoras,
antígenos de reação cruzada incluindo antígenos
exógenos (patógenos) e antígenos próprios
alterados (agentes químicos e infecções virais).
Antígenos
sequestrados
Células linfóides podem não
ser expostas a alguns antígenos próprios durante sua
diferenciação, porque elas devem ser antígenos
de desenvolvimento tardio ou podem estar confinadas em órgãos
especializados (ex. testículos, cérebro, ôlho,
etc.). A liberação de antígenos desses órgãos
resultantes de trauma ou cirurgia podem levar à estimulação
de uma resposta imune e iniciação de uma doença
autoimune.
Escape
de clones auto-reativos
A seleção negativa no
timo pode não ser totalmente funcional na eliminação
de células auto-reativas. Nem todos os antígenos
próprios estão representados no timo ou certos
antígenos podem não estar processados apropriadamente e
apresentados.
Ausência
de células T regulatórias
Extistem menos células
T regulatórias em muitas doenças autoimunes.
Tabela 2 Espectro de doenças autoimunes, órgãos-alvos e testes diagnósticos
|
| Doença |
Órgão
|
Anticorpo para
|
Teste Diagnóstico
|
Órgão-Específica
Não órgão-específica
|
Tireoidite de Hashimoto
| Tireóide | Tireoglobulina, peroxidase tiroidiana (microssomal) |
RIA, Passivo, CF, hemaglutinação
|
Mixedema Primário
| Tireóide |
Receptor citoplasmático TSH
| Imunofluorescência (IF) |
Doença de Graves | Tireóide | |
Bioensaio, Competição pelo receptor TSH
|
Anemia perniciosa | Células vermelhas | Fator intrínseco (IF), células gástricas parietais | Imunofluorescência para B-12 ligando a IF |
Doença de Addison (Fig 1) | Adrenal | Células adrenais | Imunofluorescência |
Início prematuro da menopausa
| Ovário | Células produtoras de esteróides | Imunofluorescência |
Infertilidade masculina
| Esperma | Espermatozóide |
Aglutinação, Imunofluorescência
|
Diabetes juvenil dependente de insulina
| Pâncreas | Células beta das ilhotas pancreáticas | |
Diabetes resistente a insulina
| Sistêmica | Receptor de insulina |
Competição pelo receptor
|
Alergia atópica | Sistêmica |
Receptor beta-adrenérgico
| Competição pelo receptor |
Miastenia gravis | Músculo |
Músculo, receptor de acetilcolina
|
Imunofluorescência, competição pelo receptor
|
Síndrome de Goodpasture
|
Rim, pulmão
| Membrana basal renal e do pulmão | Imunofluorescência (coloração linear) (Fig. 2) |
Pênfigo | Pele | Desmossomos | Imunofluorescência (Fig 3) |
Penfigóide | Pele |
Membrana basal da pele
| Imunofluorescência (Fig 4) |
Uveíte facogênica | Cristalino | Proteína do cristalino | |
Todas anemias hemolíticas | Células vermelhas e plaquetas | Células vermelhas | Hemaglutinação passiva Teste direto de Coomb |
Trombocitopenia idiopática
| | Plaqueta | Imunofluorescência |
Cirrose biliar primária
| Fígado | Mitocôndria | Imunofluorescência |
Neutropenia idiopática
|
Neutrófilos
| Neutrófilos | Imunofluorescência |
Neutrófilos | Cólon |
Lipopolissacarídeo do cólon
| Imunofluorescência |
Síndrome de Sjogren |
Glândulas secretoras (Fig 5)
| Ducto mitocondrial | Imunofluorescência |
Vitiligo |
Pele Juntas
| Melanócitos (fig 6) | Imunofluorescência |
Artrite reumatóide | Pele, rim, juntas etc | IgG | Aglutinação IgG-latex |
Lupus eritematoso sistêmico
| Juntas, etc. |
DNA, RNA, nucleoproteínas
|
RNA-, aglutinação DNA-latex, IF (granular no rim)
|
| | | |
As doenças estão listadas a partir do órgão mais específico (em cima) para o menos específico (em baixo)
|
|
Antígenos
de reação cruzada
Antígenos
em certos patógenos têm determinantes que fazem reação
cruzada com antígenos próprios e uma resposta imune
contra esses determinantes podem levar a células efetoras ou
anticorpos contra antígenos tissulares. Nefrite pós
estreptocócica e anticorpos cardite, anticardiolipina durante
sífilis e associação entre Klebsiella e
espondilite anquilosante são exemplos de tal reatividade
cruzada.
O
que é Doença auto-imune?
Uma
doença autoimune é uma condição que
ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói
tecidos saudáveis do corpo por engano. Existem mais de 80
tipos diferentes de doenças autoimunes.
Causas
Normalmente,
os leucócitos do sistema imunológico ajudam a proteger
o corpo contra substâncias nocivas, chamadas de antígenos.
Alguns exemplos de antígenos incluem bactérias, vírus,
toxinas, células cancerígenas
e
sangue ou tecidos de outras pessoas ou espécies. O sistema
imunológico produz anticorpos que destroem essas substâncias
nocivas.
Nos
pacientes com doença autoimune, o sistema imunológico
não consegue distinguir entre os tecidos saudáveis do
corpo e os antígenos. O resultado é uma resposta
imunológica que destrói os tecidos normais do corpo.
Essa resposta é uma reação de hipersensibilidade
similar à resposta no caso de doenças
alérgicas.
Nas
alergias, o sistema imunológico reage a substâncias
externas que ele normalmente ignoraria. Nas doenças
autoimunes, o sistema imunológico reage aos tecidos normais do
corpo que ele normalmente ignoraria.
A
causa dessa incapacidade de distinguir entre os tecidos saudáveis
do corpo e os antígenos é desconhecida. Uma das teorias
afirma que alguns micro-organismos (como as bactérias ou
vírus) ou medicamentos podem desencadear essas mudanças,
principalmente nas pessoas que têm genes que aumentam suas
chances de ter doenças autoimunes.
Uma
doença autoimune pode causar:
l
Destruição de um ou mais tipos de
tecidos do corpo
l
Crescimento anormal de um órgão
l
Alterações na função de um
órgão
l
Uma doença autoimune pode afetar um ou mais
órgãos ou tipos de tecido. Os órgãos ou
tecidos normalmente afetados pelas doenças autoimunes são:
Uma
pessoa pode apresentar mais de uma doença autoimune ao mesmo
tempo. Exemplos de doenças autoimunes (ou relacionadas):
Exames
Possíveis
testes para o diagnóstico de uma doença autoimune:
l
Testes de anticorpos antinucleares
l
Testes de autoanticorpos
l
Hemograma completo
l
Proteína C-reativa (PCR)
l
Taxa de sedimentação de eritrócitos (ESR)
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico de doenças autoimunes é baseado nos
sintomas e detecção de anticorpos (e/ou células
T muito precoces) reativos contra antígenos ou tecidos e
células envolvidas. Anticorpos contra antígenos
associados a célula/tecido são detectados por
imunofluorescência. Anticorpos contra antígenos solúveis
são normalmente detectados ELISA ou radioimunoensaio (ver
tabela acima). Em alguns casos, um teste biológico/bioquímico
pode ser usado (ex. doença de Graves, anemia perniciosa).
TRATAMENTO
As
finalidade do tratamento de desordens autoimunes são reduzir
os sintomas e controlar a resposta autoimune enquanto que mantém
a habilidade do corpo de combater infecções.
Tratamentos variam muito e dependem da doença específica
e sintomas: Anti inflamatórios (corticosteróides) e
terapia com drogas imunossupressoras (tais como ciclofosfamida,
azatioprina, ciclosporina) é o método presente de
tratamento de doenças autoimunes. Pesquisas multidisciplinares
estão em curso para o desenvolvimento de tratamentos
inovadores que incluem: terapia anti-TNF alfa contra artrite,
suplementação oral com antígenos para induzir
tolerância, anticorpos anti-idiotipos, peptídios
antigênicos, anticorpos anti receptor IL2, anticorpos anti-CD4,
anticorpos anti-TCR, etc.
Fonte: http://www.nedai.org/item.aspx?id_item=746&id_rubrica=230&id_seccao=51#.U1XO4lVdXjE