quinta-feira, 17 de abril de 2014

Imunidade Inata X Imunidade Adaptativa






Imunidade Inata


Imunidade Inata é a imunidade que já nasce com o indivíduo, sem necessidade de introdução de substâncias ou estruturas externas ao organismo. Acontece a partir das primeiras 12 horas da infecção ou da entrada do microorganismo.
Para que um mocroorganismo cause danos ao hospedeiro, tem que vencer uma série de defesas do organismo, dentre elas:


*A pele (Barreiras Epiteliais ou Barreira Física) com microorganismos presentes na pele chamada Barreira Biológica. 

*os tecidos que forram o sistema respiratório e o digestório (Mucosas),

*O ph Ácido da lágrima, do suor e a saliva, que contém uma enzima chamada Lisozima, capaz de destruir inúmeros microorganismos. O pH ácido é responsável por manter um equilíbrio na microbiota residente do nosso organismo, como por exemplo, no trato genito-urinário, na Cavidade Vaginal (Candida), fluxo de urina, flora bacteriana, conjuntiva dos olhos...

*e o ácido clorídrico do estômago.


Além de todas essas barreiras, os microorganismos têm que vencer um batalhão de células especializadas em destruir invasores patógenos, como os glóbulos brancos que “comem" micróbios ou os que provocam sua destruição por meio de anticorpos


Nesse último caso, para cada tipo de proteína estranha que penetra no organismo (chamada antígeno) é produzido um tipo de anticorpo que adere ao invasor, neutralizando-o e facilitando a sua destruição.
O conjunto de células que realiza esse combate individualizado forma a imunidade inata.


Imunidade Inata é a imunidade fornecida pelos macrófagos (células fagocitárias - fagócitos); pela pele, que é uma barreira de proteção contra microorganismos invasores; por substâncias químicas presentes no corpo (na pele principalmente); pelo sistema complemento (um complexo de proteínas que atuam na imunidade).


O fagócito participa tanto da Imunidade Inata quanto da Imunidade Adaptativa. Quando jovem chamamos de Monócitos, que circula por alguma horas, adquirindo amadurecimento, transformando-se em Macrófago. É como o filho que sai de casa ainda jovem, cai na vida, amadurece e tornando-se um homem vivido e experiente.



O Sistema Complemento é composto por uma série de proteínas de membrana plasmática e solúveis no sangue que tem sua origem no fígado e participam das defesas inatas (natural) e adquiridas (memória). Essas proteínas reagem entre elas para opsonizar (faz ligação) os patógenos e induzir uma série de respostas inflamatórias que auxiliam no combate à infecção. Inúmeras proteínas do complemento são proteases que se auto-ativam por clivagem proteolítica.
Existem 3 vias de ativação do Sistema Complemento: A Via Clássica (detecta um complexo Antígeno-Anticorpo), A Via Alternativa (detecta o antígeno na superfície da célula) e a Via Lectinia (reconhece na membrana sem a presença de anticorpo).


Via clássica

Nessa via a montagem e a organização das convertases são habitualmente iniciadas por anticorpos da classe IgG ou IgM formando complexos com o antígeno. Várias outras substâncias, tais como os complexos da proteína C-reativa (PCR), determinados vírus e bactérias Gram-negativas, também podem ativar esta via. Os ativadores são reconhecidos por C1q, uma das três proteínas do complexo C1. Esta ligação ativa C1r que ativa a pró-enzima C1s. Então, C1s ativado cliva C4, resultando na fixação covalente do seu principal fragmento, C4b, à superfície do ativador. O componente C2 liga-se a C4b e é clivado por C1 em dois fragmentos (este processo necessita da intervenção de Ca++ o Mg++), dos quais C2a permanece ligado a C4b, completando a montagem do complexo C4bC2a, que é a C3 convertase da via clássica. Esta cliva C3 resultando na ligação de C3b à superfície do ativador e na ligação posterior de C3b à subunidade C4b2a, formando a C4b2a3b que é C5 convertase da via clássica.

Via da Lectina

A via da litica utiliza uma proteína similar a C1q para ativar a cascata do complemento, a lectina ligadora de manose (MBL). A MBL liga-se a resíduos de manose (um tipo específico de açucar) e outros açúcares, organizados em um padrão, que recobrem superficialmente muitos patógenos. A lectina ligadora de manose é uma molécula formada por duas a seis cabeças, semelhante a C1q, que formam um complexo com duas serina proteases a MASP-1 e MASP-2. MASP-2 é similar as proteínas C1r e C1s. Quando o complexo MBL liga-se à superfície de um patógeno, MASP-2 é ativada para clivar C4, em C4a e C4b, e C2 em C2a e C2b, originando a C3 convertase da via da lectina - C4b2a. O papel de MASP-1 ainda não está bem claro na ativação do complemento.
As pessoas deficientes em MBL têm maior suscetibilidade a infecções na infância, o que mostra a importância da via da lectina na defesa do hospedeiro. Esta via participa da resposta imune inata, uma vez que não é mediada por anticorpos.

Via Alternativa


Esta via foi denominada alternativa por razões históricas, por ter sido descoberta após a via clássica. A ativação desta via inicia-se a partir da hidrólise espontânea tiol-éster localizada na cadeia alfa do componente C3, gerando o C3 (H20). Esta molécula exibe sítios reativos que permite a ligação de uma proteína plasmática, fator B (fB), formando o complexoC3(H2O)B. O fB então é clivado por uma enzima denominada fator D (fD). Esta clivagem origina 2 fragmentos Ba e Bb. O fragmento Bb fica ligado a C3(H2O), gerando o C3(H2O)Bb, que na presença de íons Mg++, tem atividade serino-protease, clivando o C3 em C3a e C3b. Assim como o C3(H2O), C3b também apresenta sítio de ligação com o fB. Formando o complexo C3bBb, após clivagem do fB em fBb e fBa pelo fD. O C3bBb atua então como C3 convertase, clivando mais moléculas de C3, formando C3bBb3b que cliva C5 em C5a e C5b. O fragmento C5b permanece ligado ao complexo e os outros componentes (C6,C7, C8 e C9)se ligam para a formação MAC. Esta via faz parte da resposta imune inata, uma vez que não é mediada por anticorpos.

Este vídeo é bem explicativo, e vai facilitar o entendimento desta questão.



Células Natural Killer NK sãs células exterminadoras naturais. Um tipo de linfócitos (glóbulos brancos responsáveis pela defesa específica do organismo). Têm um papel importante no combate a infecções virais e células tumorais.
As células NK são componentes importantes na Imunidade Inata. Estas células não destroem os microorganismos patogênicos diretamente, tendo uma função mais relacionada com a destruição de células infectadas ou que possam ser cancerígenas. Não são células fagocíticas. Destroem as outras células através de mecanismos semelhantes aos usados pelas T CD8+ (T Citotóxicas), através da degranulação e libertação de enzimas que ativam os mecanismos de apoptose, isto é, da célula atacada.
As Células Natural Killer são a nossa Tropa de Elite!


Imunidade Adquirida Ativa ou Passiva

Os microorganismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados por exposição aos agentes infecciosos e aumentam a magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um micróbio particular. Pelo fato que esta forma de imunidade desenvolve como uma resposta a infecção e se adapta a ela, é designada imunidade adquirida. 
As características  que definem a imunidade adquirida são a grandes especificidade de lembrar a responder mais vigorosamente as repetidas exposições ao mesmo micróbio.



A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes (linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e a vacinação.

A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por um animal ou outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta e também pelo leite. Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a conferir uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial pode ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada, a imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é uma outra forma de se adquirir imunidade passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos sanguíneos (sangue total, plasma, concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, etc) contêm anticorpos.




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