domingo, 20 de abril de 2014


Imunização ativa x passiva 

A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune da criança, ao entrar em contato com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes (linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma vida.Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e a vacinação. 

A imunização passiva é obtida pela transferência à criança de anticorpos produzidos por um animal ou outro homem. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta. Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a conferir uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial pode ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada, a imunoglobulina humana hiperimune 
e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é uma outra forma de se adquirir imunidade passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos sanguíneos (sangue total, plasma, concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas, etc) contêm anticorpos. 

 Vacinas inativadas 

Compostas de microrganismos inativados, o que significa que estes não mais se encontram vivos, logo incapazes de multiplicarem-se. A resposta imune à vacina inativada é principalmente humoral, com pouca ou nenhuma imunidade celular. 

Exemplos de vacinas inativadas: DPT (tríplice), hepatite A, hepatite B, raiva, pólio-Salk, pneumococo, meningococo, influenza, haemophilus do tipo-b, febre tifóide, cólera.

VACINAS BACTERIANAS

Anatoxinas Tetânica e Diftérica

  • As mais comumente utilizadas são:
  • Em crianças
               . DTP e DTPa (proteção contra difteriatétano e coqueluche)
          . DT (proteção contra difteria e tétano)
  • Em adultos
                 . dT (proteção contra difteria e tétano)
                 . ATT (proteção contra o tétano)

  • Com a dT. A vacina dupla (dT), composta pelo toxóide tetânico e pelo diftérico, é tão segura e eficaz quanto a vacina antitetânica isolada (ATT).  A difteria, assim como o tétano, é uma doença grave que pode ocorrer em pessoas de qualquer idade e que pode ser facilmente evitada com o uso da vacina. Desta forma, o ideal é que tanto o esquema básico, quanto os reforços sejam feitos com dT, mesmo quando a imunização é iniciada em Hospitais de Emergência.
  • O esquema básico de vacinação na infância começa no primeiro ano de vida. É feito com três doses de DTP (vacina contra tétano, difteria e coqueluche, adequada para crianças), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade. A partir daí, a cada dez anos, deve ser feito um reforço com dT (vacina contra tétano e difteria, adequada para adultos), para assegurar proteção adequada.
  • Os adultos que nunca foram vacinados contra tétano (grande parte da população adulta nunca foi, ou desconhece que tenha sido vacinada) deve receber três doses da vacina dupla de adulto (dT) para proteção contra o tétano e a difteria, respeitando-se o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Depois de completada a série de três doses, é necessario apenas uma dose de reforço a cada dez anos, para manter a proteção adequada.
  • Crianças ou adultos que  iniciaram a vacinação, e interromperam em qualquer época, devem completar as doses até a terceira, independente do tempo decorrido. A partir daí, o reforço deve ser feito a cada dez anos.
Quem  está sem o reforço da antitetânica há mais de 10 anos, mas tem vacinação completa, não precisa repetir as três doses. Basta um reforço, uma vez que apenas uma dose é capaz de recuperar a imunidade completamente. O reforço com dT deve ser administrado a cada dez anos para evitar que, em algum momento, o indivíduo não esteja adequadamente protegido. Entretanto, se o tempo transcorrido for superior, não é necessário repetir as três doses da vacina.

  • . As gestantes podem e devem ser vacinadas. As gestantes que nunca foram vacinadas, além de estarem desprotegidas não passam anticorpos para o filho, o que acarreta risco de tétano neonatal após o nascimento da criança. A vacinação é feita como a de qualquer adulto, com a vacina dT (três doses), que pode ser administrada com segurança durante a gravidez. É recomendável que, de acordo com o tempo disponível, se possível  a terceira (ou pelo menos a segunda dose) seja administrada até duas semanas da data prevista do parto, visando a passagem de elevados títulos de anticorpos para o concepto. Deve-se programar a 3a dose para as mulheres que fizeram apenas duas doses durante a gestação (seis a doze meses após a 2a dose).
  • Existem situações necessárias à antecipação da dose de reforço. Em duas situações, e apenas quando a última dose foi a mais de cinco anos. A primeira, refere-se aos indivíduos com ferimentos de alto risco para o tétano. A segunda, às gestantes, que devem receber um reforço no sétimo mês de gestação, para garantir proteção adequada para o bebê contra o risco de tétano neonatal.
  • A antecipação do reforço sem indicação precisa, além de ser tecnicamente desnecessária aumenta o risco de efeitos adversos.

  • Mas para evitar o tétano não basta estar vacinado. A vacinação completa reduz muito o risco de tétano, mas é necessário lavar o ferimento com água e sabão, e procurar retirar corpos estranhos (terra, fragmentos de madeira). Caso a pessoa não esteja vacinada adequadamente,  pode ser necessário que, além da vacina, receba também imunização passiva (imunoglobulina antitetânica ou, apenas na sua falta, soro antitetânico). Para as pessoas não vacinadas, é importante completar a vacinação antitetânica iniciada nos Hospitais de Emergência, até a terceira dose (com intervalo mínimo de um mês), nos Centros Municipais de Saúde.

  • Vacinas virais

As vacinas produzidas contra os vírus podem ser de dois tipos a saber: atenuada ou inativada. A vacina atenuada é aquela em que o vírus encontra-se vivo porém, sem capacidade de produzir a doença (caxumba, febre amarela, poliomielite, rubéola, sarampo, tríplice viral, varicela e varíola). Algumas vezes estes vírus podem reverter para a forma selvagem causando a doença. Estas vacinas são contra-indicadas para imunodeprimidos e gestantes.

A vacina inativada contém o vírus inativado por agentes químicos ou físicos, ou subunidades e fragmentos obtidos por engenharia genética. Neste caso nunca ocorre a reversão para a forma selvagem (gripe, hepatites A e B, poliomielite injetável e raiva). Estas vacinas podem ser indicadas para os imunodeprimidos. A seguir apresentamos as principais vacinas virais disponíveis no Brasil.

Ø Vacina contra caxumba
Ø Vacina contra febre amarela
Ø Vacina contra gripe
Ø Vacina contra hepatite A
Ø Vacina contra hepatite B
Ø Vacina contra poliomielite
Ø Vacina contra raiva humana
Ø Vacina contra rubéola
Ø Vacina contra sarampo
Ø Vacina tríplice viral
Ø Vacina contra varicela
Ø Vacina contra varíola



 
Vacinasmortas/inactivadas

O agente bacteriano ou viral é morto ou inactivado através de tratamento químico (ex: formaldeído) ou por calor.

  • Exemplo: a vacina inactivada contra o vírus da poliomielite (VIP), a vacina contra a pertussis (Pw), a vacina contra a raiva ou a vacina contra o vírus da hepatite A.
Vacinas sub-unitárias

Contêm fracções ou sub-unidades do agente infeccioso (bacteriano ou viral) seleccionado devido à sua capacidade de iniciar uma resposta imunitária específica.

Exemplo: a vacina contra o Haemophilus influenza do sorotipo b ou a vacina acelular contra a pertussis.

As Toxóides são um importante grupo de vacinas sub-unitárias, como a toxóide da difteria, que contêm uma toxina bacteriana quimicamente modificada, que mantém as suas propriedades imunogénicas, estimulando a formação de anticorpos.

Anti-Soro na prevenção e no tratamento das infecções
 O termo Anti-Soro designa um soro sanguíneo rico em anticorpos que atuam contra uma determinada substância, por exemplo contra a mordedura das cobras.
Os soros antipeçonhentos podem ser utilizados para o tratamento de picadas de animais venenosos (como serpentes, aranhas, escorpiões e taturanas).
OUtros soros pode neutarlizar toxinas que causam doenças como difteria, botulismo, tétano e raiva.
Existem também soros para evitar a rejeição de órgãos transplantados.
A maior parte desses soros é obtida pelo mesmo processo dos soros antipeçonhentos. A diferença está no tipo de substância injetada no animal para a produção de anticorpos.
Vale lembrar que para cada tipo de veneno ou toxina (antígeno) há um tipo específico de soro. Desta maneira, o soro utilizado para a mordida de uma cobra coral, é diferente do soro utilizado para a mordida de uma jararaca ou de uma cascavel. 

Soro
Soro Aplicação e tipos de soros:


Os mais conhecidos soros são os antiofídicos, que neutralizam os efeitos tóxicos do veneno de animais peçonhentos, por exemplo, cobras e aranhas. No entanto, há soros para o tratamento de doenças, como difteria, tétano, botulismo e raiva, e são produzidos também soros que reduzem a possibilidade de rejeição de certos órgãos transplantados, chamados de Anti-timocitários.

Quando uma pessoa é picada por um animal peçonhento, o soro antiofídico é o único tratamento eficaz. A vítima deve ser levada ao serviço de saúde mais próximo, onde receberá o auxílio adequado. Para cada tipo de veneno há um soro específico, por isso é importante identificar o animal agressor e se possível levá-lo, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico.

A produção do soro é feita geralmente através da hiperimunização de cavalos. No caso do soro antiofídico, é extraído o veneno do animal peçonhento e inoculado em um cavalo para que seu organismo produza os anticorpos específicos para aquela toxina. Esse animal é o mais indicado para a atividade devido à facilidade de trato, por responderem bem ao estímulo da peçonha e pelo seu grande porte, o que favorece a fabricação de um grande volume de sangue rico em anticorpos.

Após a formação dos anticorpos, são retirados em torno de 15 litros de sangue do animal. A parte líquida do sangue, o plasma, rico em anticorpos passa por alguns processos de purificação e testes de controle de qualidade, para daí então estar pronto para o uso em humanos. As hemácias, que formam a parte vermelha do sangue, são devolvidas ao animal através de uma técnica de reposição para reduzir os efeitos colaterais provocados pela sangria.

O soro para o tratamento de doenças infecciosas e para prevenir a rejeição de órgãos também é obtido por processo semelhante. A única diferença está no tipo de substância injetada no animal para induzir a produção de anticorpos, que na maioria dos casos é alguma parte da própria bactéria ou o vírus inativado.

O Instituto Butantan é responsável por cerca de 80% dos soros e vacinas utilizados hoje no Brasil. Veja abaixo alguns soros produzidos pelo Instituto e distribuídos pelo Ministério da Saúde a todo o país.
  • Antibotrópico - para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, cotiara.
  • Anticrotálico - para acidentes com cascavel.
  • Antilaquético - para acidentes com surucucu.
  • Antielapídico - para acidentes com coral.
  • Antiaracnidico - para acidentes com aranhas do gênero Phoneutria (armadeira), Loxosceles (aranha marrom) e escorpiões brasileiros do gênero Tityus.
  • Antiescorpiónico - para acidentes com escorpiões brasileiros do gêneroTityus.
  • Anilonomia - para acidentes com taturanas do gênero Lonomia.
  • Anti-tetânico - para o tratamento do tétano.
  • Anfi-rábico - para o tratamento da raiva.
  • Antifidiftérico - para tratamento da difteria.
  • Anti-botulínico "A" - para tratamento do botulismo do tipo A.
  • Anti-botulínico "B" - para tratamento do botulismo do tipo B.
  • Anti-botulínico "ABE" - para tratamento de botulismo dos tipos A B e E.
  • Anti-timocitário - usado para reduzir as possibilidades de rejeição de certos órgãos transplantados. 

http://www.trt7.jus.br/das/htm/docs/imunizacoes.pdf
http://www.cva.ufrj.br/informacao/vacinas/dT-pr.html
http://www.vacinas.org.br/novo/vacinas_contra_v_rus/vac_virus.htm
http://www.apifarma.pt/areas/vacinas/Paginas/tipos.aspx
http://www.knoow.net/ciencmedicas/medicina/anti_soro.htm
http://www.butantan.gov.br/home/micro_cd_aula4.php
http://www.coladaweb.com/biologia/saude/vacina-e-soro

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