domingo, 25 de maio de 2014

Função das Células, Seleção Clonal, Resposta Imune Primária e Secundária, Memória Imunológica

Função das Células


Este excelente vídeo ajudará muito no entendimento da matéria

O sistema imunológico ou sistema imune é de grande eficiência no combate a microorganismos invasores. Mas não é só isso; ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica. Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.
Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”.
Além dos leucócitos, também fazem parte do sistema imune as células do sistema mononuclear fagocitário, (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial e mastócitos. As primeiras são especializadas em fagocitose e apresentação do antígeno ao exército do sistema imune. São elas: macrófagos alveolares (nos pulmões), micróglia (no tecido nervoso), células de Kuppfer (no fígado) e macrófagos em geral.
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, originadas a partir de células mesenquimatosas (células de grande potência de diferenciação que dão origem às células do tecido conjuntivo). Possuem citoplasma rico em grânulos basófilos (coram-se por corantes básicos). Sua principal função é armazenar potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico – de atração- dos eosinófilos) e fatores quimiotáxicos (de atração) dos neutrófilos. Elas participam de reações alérgicas (de hipersensibilidade), atraindo os leucócitos até o local e proporcionando uma vasodilatação.
O nosso organismo possui mecanismos de defesa que podem ser diferenciados quanto a sua especificidade, ou seja, existem os específicos contra o antígeno ("corpo estranho") e os inespecíficos que protegem o corpo de qualquer material ou microorganismo estranho, sem que este seja específico.
O organismo possui barreiras naturais que são obviamente inespecíficas, como a da pele (queratina, lipídios e ácidos graxos), a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido externo, muco presente nas mucosas e no trato respiratório, cílios do epitélio respiratório, peristaltismo, flora normal, entre outros.
Se as barreiras físicas, químicas e biológicas do corpo forem vencidas, o combate ao agente infeccioso entra em outra fase. Nos tecidos, existem células que liberam substâncias vasoativas, capazes de provocar dilatação das arteríolas da região, com aumento da permeabilidade e saída de líquido. Isso causa vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura e dor, conjunto de alterações conhecido como inflamação. Essas substâncias atraem mais células de defesa, como neutrófilos e macrófagos, para a área afetada.
A vasodilatação aumenta a temperatura no local inflamado, dificultando a proliferação de microrganismos e estimulando a migração de células de defesa. Algumas das substâncias liberadas no local da inflamação alcançam o centro termorregulador localizado no hipotálamo, originando a febre (elevação da temperatura corporal). Apesar do mal-estar e desconforto, a febre é um importante fator no combate às infecções, pois além de ser desfavorável para a sobrevivência dos microorganismos invasores, também estimula muitos dos mecanismos de defesa de nosso corpo.
Por diapedese, neutrófilos e monócitos são atraídos até o local da inflamação, passando a englobar e destruir (fagocitose) os agentes invasores. A diapedese e a fagocitose fazem dos neutrófilos a linha de frente no combate às infecções.
Outras substâncias liberadas no local da infecção chegam pelos vasos sangüíneos até a medula óssea, estimulando a liberação de mais neutrófilos, que ficam aumentados durante a fase aguda da infecção. No plasma também existem proteínas de ação bactericida que ajudam os neutrófilos no combate à infecção.
A inflamação determina o acúmulo de fibrina, que forma um envoltório ao redor do local, evitando a progressão da infecção.
Caso a resposta inflamatória não seja eficaz na contenção da infecção, o sistema imune passa a depender de mecanismos mais específicos e sofisticados, dos quais tomam parte vários tipos celulares, o que chamamos resposta imune específica.


Especificidade da Resposta Imune Adaptaviva (Seleção Clonal)

Este vídeo vai ajudar você a visualizar a Seleção Clonal


A especificidade na resposta imune adaptativa reside nos receptores de antígenos nas células T e B, os receptores TCR e BCR, respectivamente. TCR e BCR são semelhantes no fato de que cada receptor é específico para um determinante antigênico mas eles diferen no fato de que BCRs são divalentes enquanto que TCRs são monovalentes. Uma consequência dessa diferença é que enquanto células B podem ter seus receptores de antígenos em ligação cruzada com um antígeno, TCR não podem. Isso tem implicações sobre como as células B e T podem se tornar ativadas.

Cada célula B e T tem um receptor que é especifico para um determinante antigênico particular e existe uma grande variedade de receptores diferentes em ambas as células B e T. A questão sobre como esses receptores são gerados foi o principal assunto para imunologistas por muitos anos. Duas hipóteses básicas foram propostas para explicar a geração dos receptores: a hipótese instrucionista (original) e a hipótese da seleção clonal.
  1. Hipótese instrucionista

    A hipótese instrucionista estabelece que existe apenas um receptor comum codificado na linhagem germinativa e que receptores diferentes são gerados usando o antígeno como molde. Cada antígeno faria com que o receptor comum fosse dobrado para se amoldar ao antígeno. Enquanto essa hipótese era simples e atraente, ela não era consistente com o que se sabia sobre o dobramento de proteínas (i.e. dobramento de proteínas é ditado pela sequência de aminoácidos na proteína). Além disso essa hipótese não explicava a discriminação do sistema imune do próprio /não próprio. Ela não poderia explicar por que o receptor único comum não se dobrava para acomodar antígenos próprios.

    2. Hipótese da seleção clonal
    A hipótese da seleção clonal estabelece que a linhagem germinativa codifica muitos receptores de antígenos diferentes – um para cada determinante antigênico para o qual um indivíduo será capaz de montar uma resposta imune. O antígeno seleciona aqueles clones de células que têm o receptor apropriado. Os quatro princípios básicos da hipótese da seleção clonal são:
a. Cada linfócito carrega um único tipo de receptor com uma especificidade única.

b. A interação entre uma molécula estranha e um receptor de linfócito capaz de se ligar a esta molécula com alta afinidade leva à ativação do linfócito.

c. As células efetoras diferenciadas de um linfócito ativado irá carregar receptores de especificidade idêntica àquela da célula parental da qual o linfócito foi derivado.

d. Linfócitos carregando receptores para moléculas próprias são deletados nos estágios iniciais do desenvolvimento da célula linfóide e estão portanto ausentes no repertório de linfócitos maduros.

A hipótese da seleção clonal é geralmente aceita nos dias atuais como a hipótese correta que explica como o sistema imune adaptativo opera. Ela explica muitas das características da resposta imune: 1) a especificidade da resposta; 2) o sinal necessário para a ativação da resposta (i.e. antígeno); 3) o período de incubação da resposta imune adaptativa (tempo necessário para ativar as células e para expandir os clones de células); e 4) discriminação do próprio/não próprio.

Resposta Imune Primária e Secundária do Corpo Humano


As respostas primárias e secundárias do corpo humano correspondem à capacidade que o
sistema imunológico tem de se defender de organismos externos como uma doença, um vírus ou bactérias. Essa reação primária é a primeira linha de defesa, e a secundária é última tentativa que o corpo faz para expulsar o invasor.

Resposta primária

Como primeira linha de defesa, o corpo desencadeia a resposta imune primária quando um antígeno nocivo é detectado. Esse organismo pode ser uma molécula ou substância que, quando entra no corpo humano, provoca a produção de anticorpos pelo sistema imunológico. Essas defesas, em seguida, tentam matar ou neutralizar o invasor identificado como um organismo externo ou perigoso. Depois que é atacado, o corpo passa por um período de retardamento de 10 dias a quatro semanas, até que a produção dos anticorpos é iniciada.

Resposta primária II


Durante a fase de retardamento, os linfócitos B se preparam para se dividir e iniciar a produção das defesas do corpo, especificamente criadas para destruir os antígenos nocivos. A quantidade de anticorpos que é liberada na corrente sanguínea é igual à dos organismos invasores, e esse número vai diminuindo lentamente quando os antígenos não estão mais presentes no corpo humano. Na medida em que a resposta imune primária progride, a qualidade dos anticorpos melhora.


Resposta secundária


A resposta imune secundária ocorre depois que um antígeno, que já havia invadido o corpo, ataca novamente. No entanto, o ataque precisa ser feito pelo mesmo vírus ou bactérias que sejam exatamente do mesmo tipo do anterior, como por exemplo, quando um indivíduo é reinfectado pela mesma gripe. Assim que o organismo é considerado uma ameaça maior, a quantidade de anticorpos, criados especificamente pelo corpo para esse tipo de vírus da gripe durante a primeira infecção, aumenta sem que seja necessário esperar o período de retardamento.

Resposta secundária II


Depois que o antígeno é completamente exterminado mais uma vez, os níveis de anticorpos diminuem ainda mais que na primeira resposta. Apenas os mais dominantes sobrevivem, porém, eles mantêm na memória o tipo do vírus para agirem novamente, caso ocorra uma nova infecção.

Memória Imunológica
Antes que ocorresse a disseminação das vacinas as crianças, adultos e idosos viviam expostos naturalmente a diversos tipos de vírus e sofriam uma virose aguda, desagradável e altamente perigosa. Hoje em dia, existem varias vacinas que atuam para diversas infecções comumente encontradas no ambiente, onde, seja por vacinação ou por infecção, os indivíduos adquirem uma proteção duradoura contra o antígeno ao qual foi exposto, este estado de proteção é consequência da memória imunológica (JR. e SILVA, 2007).

A memória imunológica é a capacidade que o sistema imune possui de responder rápida e efetivamente a patógenos encontrados anteriormente, refletindo a persistência de populações clonais de linfócitos específicos ao antígeno. As respostas de memória são denominadas secundárias, terciárias e assim por diante, dependendo do número de vezes que ocorre exposição ao antígeno, também diferem qualitativamente das respostas primárias, onde nota-se claramente a diferença nas características de antígenos produzidos em respostas primárias e secundárias (JR. E SILVA, 2007).

Os mecanismos de defesa do nosso corpo podem ser divididos em duas categorias: as inespecíficas e as especificas. Os mecanismos de defesa inespecíficos consistem na primeira linha, mais externa e é formada pela pele e pelas mucosas dos sistemas respiratório, digestório e urogenital, onde essa linha de defesa não distingue o agente infeccioso. Se o microrganismo passar por essa primeira barreira ele vai enfrentar a segunda linha de defesa inespecífica, mais interna, onde substâncias químicas e células especializadas na retirada de antígenos entram em ação (LOPES, 2005).

Os mecanismos de defesa específicos, que constituem a terceira linha de defesa, agem de modo a proporcionar condições ideais para que a resposta imune aconteça de forma eficaz e o agente infeccioso possa ser retirado. Fazem parte deste mecanismo os órgãos linfóides como o timo, baço, tonsilas e linfonodos que formam o conhecido Sistema Imunitário (S.I.) (LOPES, 2005).

O S.I. se diferencia dos mecanismos de defesa inespecíficos por dois fatores: especificidade e memória imunológica.

A especificidade refere-se a capacidade do organismo de reconhecer e combater certos microrganismos e substancias estranhos ao corpo. Em resposta a esse estimulo, o S.I. produz uma proteína chamada anticorpos, que vai agir como uma ponte entre o antígeno e as células de defesa. Os anticorpos também são conhecidos como imunoglobulinas (Ig) e são produzidos por linfócitos B (LOPES, 2005).

A memória imunológica refere-se a capacidade do S.I. de reconhecer novamente um antígeno e reagir contra ele produzindo anticorpos específicos para o mesmo (LOPES, 2005). Essa resposta rápida e eficaz e possível graças aos linfócitos antígeno-específicos de vida longa, que foram induzidos a se manterem em repouso, porem ainda liberando pequenas quantidades de anticorpos, até que haja um novo contato com o antígeno (JR. E SILVA, 2007).
Uma resposta imune secundaria se difere da primaria devido à produção de anticorpos de afinidade maior que os anticorpos produzidos na resposta primária. A resposta secundária se dá em primeiro momentos com a produção de IgM, em pequenas quantidades, e IgG em maiores quantidades, seguidas por IgA e IgE. Esses anticorpos são produzidos pelas células B de memória 9JR. E SILVA, 2007).


POSSÍVEL TIPO DE RESPOSTA IMUNOLÓGICA
Para entender melhor a memória imunológica, vamos ver como acontece uma resposta imunólogia (respostas primárias).

Mais um vídeo que vai auxiliar vocês a compreenderem o conteúdo

Nossa pele esta em constante contato com microorganismos presentes comumente no ambiente. Ao sofrer alguma ruptura no tecido eptelial (pele) estes microorganismos, que podem ser bactérias, podem entrar para tecidos mais internos e desencadear uma resposta do sistema imunológico.

Essas bactérias que carregam vários antígenos, passam para os tecidos internos através do fluído de sangue e se multiplicam rapidamente.

Os macrófagos, que são células residentes deste tecido, começam a fagocitar essas bactérias fazendo em seguida a Apresentação Antígênica, que é a exposição dos antígenos, que estavam presentes na bactéria, na membrana externa do macrófago.

Em seguida aparecem os Neutrófilos, vindos pela corrente sanguínea, e começam a também fagocitar as bactérias, porém os Neutrófilos NÃO fazem Apresentação Antigênica.

Logo após, surgem as células dendríticas, que também fagocitam as bactérias e fazem a Apresentação Antigênica. E logo após, caem num vaso linfático e são conduzidas a um orgão associado ao sistema imune (linfonodo).

Neste órgão, os linfócitos T (Ly's T) se ativam em contato com os antígenos, que vieram com as células dendríticas, e entram em sucessivas mitoses. Os linfócitos T são células específicas, logos são um tipo para cada antígeno da bactéria, lembrando que nós não temos linfócitos T que respondem a todos os antígenos.

Então os linfócitos T, após serem ativados e se multiplicado, auxiliam na ativação dos linfócitos B, liberando co-estimuladores (citocina) e através de ligações de receptores dos membrana.
Após serem ativados pelos co-estimuladores, pelas ligações dos receptores e pelo contato com o antígeno os linfócitos B (Ly's B) liberam os anticorpos (Ac's), lembrando que cada anticorpo é específico para um antígeno.

Os linfócitos B migram para um ponto do órgão e se modificam em plasmócito e células B de memória. Os anticorpos vão para o sangue, juntamente com os linfócitos T, e caem no local da inflamação.

Os linfócitos T auxiliam na ponteciação dos macrófagos e neutrófilos que fagocitam mais rapidamente as bactérias, e os anticorpos funcionam como uma "ponte" entre o antígeno e os neutrófilos/macrófagos.

Os neutrófilos terminam a resposta imune fagocitando o restantes das outras células.


Soroterapia

A soroterapia consiste em curar uma pessoa com doenças como stress, depressão, reumatismo, aterosclerose, problemas de circulação, trombose, câncer, hepatite c, nutrição celular, asma, bronquite, entre outros, dando a ela anticorpos, geralmente obtidos do sangue de animais que ja tiveram a doença ou que foram infectados artificialmente. E importante, antes que se entenda as técnicas da soroterapia, que a vacina é muito importante para se evitar a instalação de uma doença.
Essa técnica é uma forma de curar uma doença bem menos frequente e sua utilização ocorre quando não há tempo para aplicação de uma vacina. Para nossa proteção, a vacina é bem mais eficiente do que a soroterapia, embora esta também seja valiosa.

Os dois agem como imunizadores, mas são usados em diferentes situações. Conheça um pouco mais sobre a produção de soros.
Entre os tipos de imunizações, a vacina é a mais lembrada. Mas, não se pode esquecer da importância da soroterapia. Diferente das vacinas na função e na composição, o soro é usado como tratamento depois que a doença já se instalou ou após a contaminação com agente tóxico específico, como venenos ou toxinas. Tanto as vacinas como os soros são fabricados a partir de organismos vivos, por isso são chamados de imunobiológicos.
Soros e vacinas são produtos de origem biológica (chamados imunobiológicos) usados na prevenção e tratamento de doenças. A diferença entre esses dois produtos está no fato dos soros já conterem os anticorpos necessários para combater uma determinada doença ou intoxicação, enquanto que as vacinas contêm agentes infecciosos incapazes de provocar a doença (a vacina é inócua), mas que induzem o sistema imunológico da pessoa a produzir anticorpos, evitando a contração da doença. Portanto, o soro é curativo, enquanto a vacina é, essencialmente, preventiva.

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