sábado, 31 de maio de 2014

Tipagem Sanguínea

Tipagem Sanguínea



 
Assista aos vídeos para facilitar o seu aprendizado


Os grupos sanguíneos

O fornecimento seguro de sangue de um doador para um receptor requer o conhecimento dos grupos sanguíneos. Estudaremos dois sistemas de classificação de grupos sanguíneos na espécie humana: os sistemas A, B, O e Rh. Nos seres humanos existem os seguintes tipos básicos de sangue em relação aos sistema ABO: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O.
Cada pessoa pertence a um desses grupos sanguíneos. Nas hemácias humanas podem existir dois tipos de proteínas: o aglutinogênio A e o aglutinogênio B. De acordo com a presença ou não dessas hemácias, o sangue é assim classificado:
  • Grupo A – possui somente o aglutinogênio A;
  • Grupo B – possui somente o aglutinogênio B;
  • Grupo AB – possui somente o aglutinogênio A e B;
  • Grupo O – não possui aglutinogênios.
No plasma sanguíneo humano podem existir duas proteínas, chamadas aglutininas: aglutinina anti-A e aglutinina anti-B.


Se uma pessoa possui aglutinogênio A, não pode ter aglutinina anti-A, da mesma maneira, se possui aglutinogênio B, não pode ter aglutinina anti-B. Caso contrário, ocorrem reações que provocam a aglutinação ou o agrupamento de hemácias, o que pode entupir vasos sanguíneos e comprometer a circulação do sangue no organismo. Esse processo pode levar a pessoa à morte.
Na tabela abaixo você pode verificar o tipo de aglutinogênio e o tipo de aglutinina existentes em cada grupo sanguíneo:

Grupo Sanguíneo
Aglutinogênio
Aglutinina
A
A
Anti-B
B
B
Anti-A
AB
A e B
Não Possui
0
Não Possui
Anti-A e Anti-B

A existência de uma substância denominada fator Rh no sangue é outro critério de classificação sanguínea. Diz-se, então, que quem possui essa substância no sangue é Rh positivo; quem não a possui é Rh negativo. O fator Rh tem esse nome por ter sido identificado pela primeira vez no sangue de um macaco Rhesus.
A transfusão de sangue consiste em transferir o sangue de uma pessoa doadora para outra receptora. Geralmente é realizada quando alguém perde muito sangue num acidente, numa cirurgia ou devido a certas doenças.
Nas transfusões de sangue deve-se saber se há ou não compatibilidade entre o sangue do doador e o do receptor. Se não houver essa compatibilidade, ocorre aglutinação das hemácias que começam a se dissolver (hemólise). Em relação ao sistema ABO, o sangue doado não deve conter aglutinogênios A; se o sangue do receptor apresentar aglutininas anti-B, o sangue doado não pode conter aglutinogênios B.



Em geral os indivíduos Rh negativos (Rh-) não possui aglutininas anti-Rh. No entanto, se receberem sangue Rh positivo (Rh+), passam a produzir aglutininas anti-Rh. Como a produção dessas aglutininas ocorre de forma relativamente lenta, na primeira transfusão de sangue de um doador Rh+ para um receptor Rh-, geralmente não há grandes problemas. Mas, numa segunda transfusão, deverá haver considerável aglutinação das hemácias doadas. As aglutininas anti-Rh produzidas dessa vez, somadas as produzidas anteriormente, podem ser suficientes para produzir grande aglutinação nas hemácias doadas, prejudicando os organismos.




Incompatibilidade sanguínea

Assista a aula sobre Eritroblastose Fetal

Tudo parece estar a correr bem com a sua gravidez. Após os testes normais, surge a questão do médico: "Qual o seu tipo de sangue e o do pai da criança?". A resposta pode vir rápida ou com alguma hesitação e, à primeira vista pode não parecer muito importante.
O seu sangue pode ser A, B ou O, numa categoria, e Rh+ (o que significa que tem no sangue uma substância chamada factor D) ou Rh- (se não tiver o factor D).

Se a mãe for Rh+ e o bebé for Rh-, não se coloca qualquer problema, o mesmo acontecendo nos casos de ambos serem Rh+ ou Rh-.

Uma mãe com factor Rh- e que tenha uma gestação com um homem com factor Rh+, tem probabilidades de gerar um feto com o factor Rh+ (herdado do pai), o que irá criar a chamada incompatibilidade sanguínea.

A dificuldade é criada quando o sangue do bebé se mistura com o sangue da mãe. As circulações sanguíneas da mãe e do feto ocorrem em vasos sanguíneos completamente independentes, mas esses vasos estão muito próximos da placenta. Esta pode sofrer pequenas rupturas, que fazem com que as células sanguíneas do bebé penetrem na circulação da mãe. O que acontece nestes casos é que o organismo da mãe reconhece essas células como corpos estranhos e vai gerar anticorpos (anti-D) que vão atacar os glóbulos vermelhos do bebê.

As consequências deste ataque podem levar ao falecimento do bebê na gestação ou após o nascimento, ou podem resultar num recém-nascido com grave icterícia, com um acompanhamento de deficiência mental, paralisia cerebral e surdez (Eritroblastose fetal).

Em casos em que a criança nasce afectada, pode mesmo realizar-se uma transfusão total de sangue Rh-, que não será destruído pelos anticorpos da mãe, transfusão pode ser efetuada com o feto ainda no útero.

Os casos de incompatibilidade são menos graves para o primeiro filho, mas os anticorpos gerados permanecem no organismo da mãe e se esta voltar a ficar grávida de um bebé Rh+, poderão facilmente atravessar a placenta e atacar os glóbulos vermelhos. A gravidade da enfermidade depende ainda do grau de sensibilização da mãe.

Hoje em dia já é possível detectar esses problemas, após determinados exames específicos para o caso, e pode ser aplicada uma vacina, geralmente na 28a. semana de gestação.

Outro tratamento adicional para as mulheres nesta situação passa pela utilização de uma substância conhecida como gamaglobulina anti-Rh, administrada à mãe no espaço de 72 horas após o parto.

Trata-se de um concentrado que vai bloquear o processo de sensibilização que produz os anticorpos contra o sangue do bebé, revestindo todas as células Rh+ que penetram na sua circulação e impedindo-as de dar origem à produção de anticorpos.

Os casos de incompatibilidade entre mãe e feto têm uma incidência calculada em um para cada 150 a 200 nascimentos. Foi em 1932 que Louis Diamond diagnosticou pela primeira vez a incompatibilidade sanguínea, conhecida como factor Rh.



Disponível em:

http://www.abcdobebe.com/planeando-um-bebe/incompatibilidade-sanguinea.html

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