domingo, 25 de maio de 2014

Mecanismos Envolvidos no Fenômeno de Cooperação Celular

Apresentação do antígeno

Na ativação de uma resposta imune eficiente, é importante a interação de diferentes populações de linfócitos e outros tipos de células. Algumas vezes, é necessário mais do que a presença do antígeno para deflagrar a resposta, sendo o segundo sinal recebido pelas células uma peça principal. A regulação das respostas é feita de diversas formas, tendo em vista que uma reação imune exacerbada também é prejudicial, como se vê nas doenças
autoimunes e hipersensibilidades. 

Excelente aula para auxiliar seus estudos

Uma célula apresentadora de antígeno ou APC é uma célula que apresenta antígenos formando um complexo com o MHC em sua superfície. É capaz de ligar-se a uma portação peptídica de um determinado antígeno e levar esta porção peptidica para a superfície celular. As células T podem reconhecer este complexo utilizando seu receptor de células T

O complexo peptídeo MHC de classe II é transportado para a superfície celular onde é reconhecido por células T CD4, que são especializadas em ativar outras células do sistema imune, como os macrófagos, que são ativados para atacar os patógenos intravesiculares, e as células B, para secretarem imunoglobulinas.


São as grandes delatoras do sistema imune. Como quem não quer nada, se aproximam dos antígenos, processam um relacionamento mais íntimo, permitindo-se conhecer seus segredos mais profundos, e entregam tudo para as células responsáveis por extermina-las. Assim, os antígenos já traídos e sem direito a defesa, são debelados com requintes de crueldade, deixando como legado na história a memória imunológica de sua existência destrutiva.
Dramático isso, não?

Essa animação retrata bem este processo.




O complexo principal de histocompatibilidade ou MHC (do inglês major histocompatibility complex) é uma grande região genômica ou família de genes encontrada na maioria dos vertebrados. É a região mais densa de genes do genoma dos mamíferos e possui importante papel no sistema imune, auto-imunidade e no sucesso reprodutivo. As proteínas codificadas pelo MHC são expressas na superfície das células de todos animais com mandíbula, e apresenta tanto antígenos próprios (fragmentos de peptídeos da própria célula) e antígenos externos (fragmentos de microorganismos invasores) para um tipo de leucócito chamado célula T que tem a capacidade de matar ou co-ordenar a morte de patógenos, células infectadas ou com função prejudicada.


Células Envolvidas Neste Processo de Apresentação

As células envolvidas neste processo de apresentação são células do sistema monocítico fagocitário (SMF) antigamente conhecido por sistema retículo-endotelial). Estas células são especialistas em fagocitose e apresentação de antígeno ao exército do sistema imune. São elas: macrófagos alveolares, micróglia, células de Kuppfer, células dendríticas, células de Langehans e macrófagos em geral. 

A micróglia é a menor célula da neuróglia, que constitui o sistema nervoso humano. Elas possuem elevado poder fagocitário e atuam na defesa do sistema nervoso.

As células de Kupffer são células endoteliais típicas e macrófagos que, no fígado, recebem o nome de células de Kupffer. As células de Kupffer têm função fagocitária e pertencem ao sistema retículo endotelial. 

Células de Langerhans são originárias da medula óssea. São células dendríticas abundantes na epiderme, contendo grandes grânulos chamados grânulos de Birbeck. Elas estão normalmente presente em linfonodos, podendo ser encontradas em outros órgãos na condição de histiocitose. Participam de reações imunológicas. São células móveis e dendríticas responsáveis pela imunovigilância cutânea. Têm a função de captar, processar e apresentar os antígenos aos linfócitos T.



Principais Mecanismos de Ativação de Linfócitos B, das diferentes subpopulações da Linfócitos T

Os linfócitos B são responsáveis pela imunidade humoral que se caracteriza pela produção e liberação de anticorpos (Ac) capazes de neutralizar ou até mesmo destruir os antígenos (Ag) contra os quais foram gerados. Para a ativação dos LB, além do reconhecimento do antígeno, é necessário um segundo sinal de ativação.

Os linfócitos B virgens (células B que não foram expostas ao antígeno) expressam duas classes de anticorpos ligados a membrana, IgM e IgD, que funcionam como receptores para antígenos associação com as proteínas Iga e Igb, formando o complexo receptor da células B (BCR). Os domínios citoplasmáticos de Iga e Igb contêm motivos de ativação de imunorreceptores baseados em tirosina (ITAMs) que, após ligação do antígeno ao complexo BCR, são fosforilados e recrutam diversas moléculas sinalizadoras. A sinalização induzida por receptores nas células B ativa fatores que promovem a transcrição de genes cujos produtos estão envolvidos na proliferação e diferenciação das células B. O BCR é uma ligação entre a membrana celular e a
imunoglobulina, e esta molécula permite a distinção das células B entre outros tipos de linfócitos, e também é a principal proteína envolvida na ativação da célula B. Uma vez que a célula B encontra seu antígeno e recebe um sinal adicional da célula T auxilar, ela pode se diferenciar em uma dos dois tipos de células B: Plasmócitos (também chamada de células plasmáticas), Células de memória B, Células B-1 e Células B-2.

Ação dos linfócitos T citotóxicos (CTL) – Os linfócitos T citotóxicos podem ser
ativados diretamente pelas células APC, quando estas expressam muitos sinais
estimulatórios (B7.1 e B7.2). No entanto, na maioria das vezes, eles precisam de cooperação das células CD4+ Th1 para serem ativados. Uma vez ativados os linfócitos T citotóxicos interagem com as células-alvo e liberam o conteúdo de seus grânulos. Os grânulos dos linfócitos Tc possuem perforina (citolisina) e granzimas. As moléculas de perforina formam poros na membrana plasmática da célula-alvo, porém estes não são suficientes para destruir as células. Através de poros, as granizas entram na célula-alvo e deflagram a apoptose.

Os linfócitos T são células que tem diversas funções no organismo, e todas são de extrema importância para o sistema imune. O nome linfócito T derivada das células serem dependentes do timo para o seu desenvolvimento, sendo então o T de Timo-dependentes.
Funcionalmente os linfócitos são separados em linfócito T-helper, linfócito T-citotóxico, linfócito T-supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui receptores característicos (além do TCR que é padrão para as células T), que são identificáveis por técnicas imunológicas e que tem funções específicas. Entretanto, todas as células T possuem os receptores TCR e o CD3.
O linfócito T-helper possui receptor CD4 na superfície, que tem a função de reconhecer macrófagos ativados. É o principal alvo do vírus HIV. Esta célula é o mensageiro mais importante do sistema imune. Ele envia mensagens de ataque para diversos leucócitos para realizar a guerra imunológica contra o agente agressor. O linfócito T-helper é a célula que interage com os macrófagos, reconhecendo o epítopo que lhe é apresentado.A IL-1 estimula a expansão clonal de linfócito T-helper monoclonais que vão secretar diversas interleucinas, sendo portanto, dividido em LT helper 1 e LT helper 2. Esses subtipos de LT helper secretam interleucinas distintas, cada uma com uma função específica.
Algumas funções principais dos linfócitos T-helper:
- estimulação do crescimento e proliferação de linfócito T-citotóxicos e supressoras contra o antígeno;
- estimulação do crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o antígeno;
- ativação dos macrófagos;
- auto estimulação (um linfócito T-helper pode estimular o crescimento da população de linfócito T- helpers.).
Linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição da mesma. Ainda não se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se que ele age através da inativação dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo numa reação imune. Sabe-se que o linfócito T-helper ativa o linfócito T-supressor que vai controlar a atividade destes linfócito T- helpers, impedindo que eles exerçam sua atividades excessivamente. Os linfócitos T-supressores também participam da chamada tolerância imunológica, que é o mecanismo por qual o sistema imune usa para impedir que os leucócitos ataquem as próprias células do organismo. Portanto se houver deficiência na produção ou ativação dos linfócitos T supressores, poderá haver um ataque auto-imune ao organismo.
O linfócito T-citotóxico apresenta receptores TCR. Especializado para o reconhecimento de antígenos associados ao complexo MHC-I na superfície de outras células. Produz perforinas e outras proteínas que matam células estranhas, células infectadas por vírus e algumas células cancerosas.
O linfócito T de memória apresenta receptores TCR, e é uma célula preparada para responder mais rapidamente e com maior intensidade, diante de nova exposição ao mesmo antígeno.

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